Com três de transmissão em 2014, a estrela do canal no ano transato foi “Mar Salgado”, a novela escrita por Inês Gomes e protagonizada por José Fidalgo (que está hoje em “Alta Definição”), Ricardo Pereira, Margarida Vila-Nova e Joana Santos, interpretando Gonçalo, André, Leonor e Patrícia.
O mote da trama reside no facto de Leonor (aos 16 anos) ter tido gémeos e estes terem sido roubados por Gonçalo (na altura desamparado, pois tinha ganho um campeonato do mundo com apenas 22 anos) que se viu ajudado por Patrícia, uma jovem carenciada, em busca de mais dinheiro, felicidade e reputação, e evidentemente pelos médicos que fizeram o parto. Entretanto, Leonor viu numa mentira durante 16 anos, já que lhe disseram que os bebés tinham nascido mortos (ou melhor uma bebé). À suposta morte dos filhos, se aliava o falecimento do pai. Durante 16 anos, esteve no Dubai com o irmão, mas tudo começa quando uma das médicas que fez o parto lhe conta toda a verdade: Que teve gémeos e que estes estão vivos. Bastaram uns meses para Leonor ter descoberto a verdade, com a ajuda de André, que ainda não fazia ideia que Gonçalo, que tinha entregue à irmã a bebé e a outra deixado numa igreja, tinha ficado com as filhas de Leonor. Só quando Leonor (por quem nutria uma grande paixão) lhe disse que deu à luz no dia 15 de setembro é que André descobriu toda a temível verdade! Alguns meses se passam entretanto. Gonçalo dá o passo final: É apanhado em flagrante com outra mulher. Patrícia está a assistir ao momento (agora sua mulher) e a filha Kika, fruto do casamento com Patrícia. As duas saem de casa e passados alguns dias, Gonçalo vai ao hotel onde estão a residir mãe e filha e sem que Kika (que nem imagina que Carlota é sua irmã) estivesse lá (supostamente) e discute com Patrícia, informando-a que nada se passou e frisando que tanto ama a Carlota quanto a Kika, ambas suas filhas. Nesse preciso momento, Kika chega e ouve toda a conversa, sem que os pais se apercebam. Destroçada, corre e num momento de loucura, quando estão em mar, bate com o barco em Carlota que havia caído do seu barco. Carlota está em estado grave e entra no Centro Hospitalar de Setúbal com uma grave infeção no estômago, que se alastra para uma infeção potencial fatal e generalizada do corpo: septicemia. Num momento de grande fragilidade, André conta tudo a Leonor: que é a sua filha. Por mais que Gonçalo arquitecte esquemas para não deixar que Leonor se aproxime de Carlota, no dia do ano novo (31 de dezembro), os telespectadores puderam ver o seu reencontro.
Após mais de 90 capítulos, a novela permanece com um ritmo alucinante e também líder destacada de audiências. À data, a sua média é superior ao fenómeno Dancin`Days e o recorde máximo obtido também está próximo da novela protagonizada por Joana Santos, Joana Ribeiro e Soraia Chaves.
Dia após dia, a novela aniquila a concorrência, embora com “Secret Story: Desafio Final” estejamos a ver uma aproximação perigoso da novela perante o reality-show. Porém, Mar Salgado não se inibe de fazer todos os dias 16% de rating. A novela da TVI é que subiu os números da estação muito, o que prova que Mar Salgado tem um público distinto do reality de Teresa Guilherme.
Até no último dia do ano, a telenovela fez quase 30 pontos perante uma final de um reality-show, impulsionando “Factor X”.
Todavia, nem mesmo com o êxito de Mar Salgado, a SIC descola dos 19/20% aos dias úteis (e regularmente também ao sábado), dados os fracassos que mantém em day-time e prime-acess. É preciso reagir, mudar fórmulas, conceitos… Os talk-shows estão gastos no canal. Façam sitcoms em direto, variety-show, comedy-show, magazines diários sobre música, famosos, desporto, televisão, cinema, literatura…). É necessário diferenciar apostas, inovar e nem por isso se gasta mais dinheiro que os rivais ou dinheiro que o canal não tem. Basta utilizar estratégias que diminuam o custo dos formatos, sem alterar a sua qualidade, como por exemplo: Aproveitar os mais diversos apresentadores da SIC que atualmente estão parados, o estúdio do “Boa Tarde”, “Grande Tarde”, “Companhia das Manhãs” e “Queridas Manhãs” e até fazer cenários virtuais para magazines, por exemplo.
Quando há um evento especial género “Natal dos Hospitais”, a RTP vai sempre aos 30%. Porquê? Porque complementa num só música de qualidade (e algum pimba), vários apresentadores, reportagens…
Reconheço que os talk-shows da SIC até estejam bons, mas como não lideram (e estão muito longe disso) é preciso renovar e reinventar. “Mar Salgado”, novelas da Globo e noticiários não chegam para um canal líder, chegam para 1/5 da população ver SIC. (20%)
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